A propósito da morte de diversas figuras publicas portuguesas nestes últimos dias: João Ricardo (actor), Belmiro de Azevedo (empresário) e Zé Pedro (musico), o guitarrista de Xutos & Pontapés. Surgem questões intrigantes sobre a morte e sobre o que vem a seguir a morrer?
Sabemos à partida que a nossa vida é feita de momentos e todos temos pelo menos dois momentos em comum: o nascer e o morrer. Pelo meio destes, existem milhares de opções de momentos a ser vividos.
O que é morrer ?
Para mim morrer é terminar uma experiência/missão neste planeta em que co-habitamos. Só após esta experiência poderemos saber o que se passa para lá da vida. Existem relatos reais de comunicações entre vidas e de ligações a outras dimensões que provariam que existe algo para além, mas como esses fenómenos não são possíveis de comprovar com uma equação matemática ou com um telefonema ou SMS : “-cheguei , está tudo ok!.” , fica por responder a questão: o que acontece a seguir a este capitulo que chamamos VIDA TERRESTRE ?
A ciência mesmo depois de ter invalidado muitas das comprovações que assinou, devido ao aparecimento de novas teorias, resiste a alguns estudos que tem sido feitos nesta área “existem sempre no tempo, olhos e mentes que vão além”. É certo que se sabe muito pouco. No seu livro “Hiperespaço” Michiu Kaku, partilha de que existe muito para além do que os nossos olhos e mentes alcançam e desde cedo começou a tentar observar a grande sabedoria do universo e questionar sobre o que existe e sobre o pouco que sabemos. Explica de forma muito simples como começou a duvidar do que sabemos e a questionar, até onde consegue chegar o nosso entendimento limitado sobre o universo e a nossa própria natureza. E coloco nesta analogia o tema morte.
Michiu Conta que quando era miúdo ía a um jardim, que tinha um enorme lago com centenas de carpas (um peixe muito comum nos lagos do Japão). Adorava observar as carpas e manipular os seus comportamentos e movimentos. Um dia questionou-se sobre o que provocaria na vida daquelas carpas, se chegasse e raptasse uma. Ficariam assustadas ? associariam a sombra da silhueta humana ou a temperatura e luminosidade do dia do rapto a sinais de perigo ? sinalizariam a zona como perigosa ? atribuiriam o sucedido a algo metafísico ? ou a uma vingança dos deuses ?
Assim como Michiu, as carpas só poderiam encontrar uma explicação dentro dos limites do seu conhecimento. Desconhecendo o mundo lá fora, como poderiam colocar a hipótese de a carpa ser levada para um lago natural, para o prato de alguém ou se teria sido apenas alvo de uma experiência de um garoto de dez anos. Dentro do lago instalar-se-ia o medo a incerteza e a duvida. Esta observação revela-nos o quanto a visão que temos do mundo está limitada ao conhecimento e experiência que acumulamos e que por esse motivo saber o que vem a seguir a morrer, está tão fora do nosso alcance racional.
O que vem a seguir ? Não sabemos. Mas a morte aproxima-nos do fenómeno que é a vida. Podemos sentir, intuir e acreditar numa verdade universal maior, mas sem certeza. Sabemos que aqui fica um corpo sem energia, mas a energia não sabemos para onde vai. Morrer é deixar de existir fisicamente neste plano mas e energéticamente ?
Voltando às figuras publicas que nos deixaram esta semana. Claramente deixam a sua energia e a sua história. No caso dos artistas: ao escutar as músicas de Zé Pedro estaremos a manter a sua energia nos nossos corações, através das emoções que a música nos passa; sempre que assistirmos a um sketch humorístico por João Ricardo, será criada em nós energia/ alegria e sorrisos e sempre que formos aos supermercados Continente estaremos a manter viva a energia da empresa que o Sr Belmiro de Azevedo criou. Os relacionamentos com os nossos entes queridos também serão mantidos nos nossos corações, com a energia associada ao que nos deixaram. Se respirarmos fundo (5x) , fecharmos os olhos e nos concentrarmos num momento bom passado com alguém que amamos e já partiu, conseguimos trazer ao nosso coração e reviver a energia do momento, com o imenso poder do Amor eterno…
A seguir não sabemos… mas se observarmos todas as pessoas que chegam mais perto deste momento… pedem-nos que nos amemos uns aos outros…o AMOR é a coisa mais importante da vida…e na Morte !