O meu filho(a) é PANSEXUAL… E AGORA?

Nestes ultimos tempos muitos pais tem vindo em busca de orientação, após os filhos lhes revelarem uma nova escolha sexual, fora do “normal”… Os pais procuram ajuda, por não aceitar, para tentar justificar ou entender a escolha sexual dos filhos…

As reacções à noticia sobre o “género” dos filhos, quando este é fora dos padrões ditos normais, são diversas.

Alguns pais chegam constragidos e inconsoláveis, outros constrangidos mas conscientes de que nada podem fazer, outros revoltados e ou perdidos, outros esperançosos que passe. Também há os que vem em busca de confirmação e fundamento para as suas suspeitas e procuram responsaveis para a escolha, desde imaturidade dos filhos, às más influencias, as desregulações hormonais e ainda há os que alem de todas estas, julgam que a culpa é sua e da educação que lhes deram.

Afinal o que é que se passa na vida emocional das novas gerações para ser comum jovens optarem por relações não heterossexuais ?!

É arriscado escrever sobre este tema. Vou fazer o possivel para que a exposição seja clara.

A Carla chegou em pânico… a Filha Inês, de 17 anos, informou-a que é Pansexual ?

Antes de mais o que é Pansexualidade? é a atração sexual, romântica ou emocional em relação às pessoas, independentemente de seu sexo ou identidade de gênero. Pessoas pansexuais podem se referir a si mesmas como cegas a gênero.

Esta definição deixa claro que a Inês, informou a mãe de que tanto poderá ter um Genro como uma nora, que ela não se apaixonará estritamente pelo sexo oposto ou pelo seu semelhante, mas sim por pessoas. Para a Inês o sexo não determina a pessoa por quem se apaixona. O seu coração é livre para Amar qualquer um… Se observarmos esta posição fora dos conceitos sociais e cuturais, é algo que revela liberdade emocional!… Mas existem as crenças… a sociedade… a cultura… a religião e o meio!

Carla – Não sei o que pensar, não sei o que sentir, ela deixou de me fazer sentido é como levar um murro no estômago!

A Sexualidade dos nossos filhos não deveria ser algo que nos preocupasse ou inquietasse assim tanto… afinal é um assunto intimo, que só a eles diz respeito!

Há uma pergunta que imponho sempre:

“Deixa de levar o seu filho (a) a sério por ter uma orientação sexual diferente ? Sente que o desvaloriza por isso ? Perde confiança nele ?”

Muitos pais assumem que sim… e o grande sofrimento passa por aí…há uma dualidade indiscutivel, entre o amor incondicional que sentem pelos filhos e o abanar das suas crenças…como integrar uma realidade que sempre criticou socialmente ? Como aceitar isto como normal se sempre considerou uma anormalidade ? Não deixo de amar o meu filho, mas esta opção atinge as minhas crenças mais profundas e naturais, vai me às entranhas!

A mãe da Inês questionava :

Carla – Mas é contra natura tudo isto, como posso integrar, como vou ter netos ?

São varias questões numa só. Qanto a ser contra natura, é obvio que a espécie humana para se reproduzir necessita naturalmente da relaçao quimica/organica entre um homem e uma mulher, pensar em reprodução entre duas mulheres é contra natura, falar de amor é outra coisa e talvez seja essa a reposta á pergunta de “como integrar esta realidade?” Aceitando o AMOR ! Falar do conceito de familia é ainda um outro assunto que não chamo a este texto. Deixo apenas o apontamento que existem milhões de crianças que foram e são geradas em casamentos posteriormente desfeitos, o que revela que para a reprodução da especie humana não é fundamental que um homem e uma mulher vivam ou permaneçam juntos em Amor, como casal. Neste sentido a Carla precisa de saber que pode ter netos, quer através da inseminação artificial, quer através de um relacionamento com um homem.

A Pansexualidade ou poder tanto apaixonar me por um homem como por uma mulher é contra natura ?

Não sei se é contra natura, se já foi, ou se estamos perante uma nova natureza humana relacional. Uma nova forma de olhar para o outro.

Não sei se é contra-natura ou se é uma consequência da forma como as sociedades tem vivido os relacionamentos nestes ultimos 100 (1000) anos. Falo muitas vezes que o tecido social das relações chamadas Romanticas tem um enorme “buraco” a ser remendado. Provavelmente provocado, pelos diversos comportamentos assumidos nas relações entre homens e mulheres e até nas relações homossexuais.

Existe uma disfuncionalidade ou bipolaridade na vida “amorosa” dos casais, onde quase sempre em alguma altura falta o respeito e a empatia. É comum a manipulaçao do outro, violência fisica e psíquica, domínio subtil, o desrespeito pela individualidade, a competição entre pares, o ciúme, a inveja, a desatenção, o desamor, o desrespeito, a deslealdade, a traição, a falta de admiração familiar, a superioridade… Gerações após gerações temos vivido estas realidades dentro das casas onde acontecem as relaçoes ditas normais.

Até que ponto é que toda esta disfuncionalidade amorosa, quer em relações Heterossexuais e homossexuais, provocou descrença e cocriou uma nova realidade Relacional para as novas gerações ?

Até que ponto é que a cultura sexista adoptada religiosa e culturalmente durante anos, não foi afastando mulheres de homens e vice versa, levando à busca de outras opções que lhe fizessem mais sentido.

Até que ponto a liberdade, normalidade e crescimento da homossexualidade, despertou para a possibilidade de viver as duas experiências, deixando informaçao para que geraçoes seguintes sentissem atração por ambos os sexos de forma natural.

Muito há a investigar sobre esta matéria, deixo apenas suposições.

Provavelmente temos mesmo de passar por este novo processo relacional e de nada nos vale resistir … porque tudo aquilo a que resistimos, impede que observemos, trava conhecimento e o acesso a uma sabedoria maior … É preciso aceitar , respeitar e deixar que tome o rumo… Uma coisa é certa, se a Pansexualidade for apenas uma fuga ao modelo dos géneros existentes e nao se inspirar em novos valores de AMOR e RESPEITO a si e ao próximo, rapidamente teremos a mesma disfuncionalidade e frustração entre casais PAN…

É fundamental educar para o respeito e para o AMOR , pouco importa se a homens se a mulheres…é prioritário formar para a ECOLOGIA RELACIONAL … assumir compromissos de lealdade e respeito pelo outro… um amor que não permite traição, mentira, superioridade, competiçao entre pares… Um amor que nos faz evoluir, um amor sem domínio sem superioridade

Serão estas novas tendências relacionais capazes de repor o verdadeiro sentido do amor ?!

Serão capazes de REMENDAR o enorme buraco que existe no TEcido Social das relaçoes romanticas ditas normais ?! Se o conseguir fazer, então, ser contra natura, já terá valido a pena…

Mais importante que as relaçoes e o seu genero …É saber se educamos os nossos filhos para o AMOR e para o respeito… Se fomos exemplo… Se Demos exemplo… Pois só assim poderão repor a ORDEM no grande sistema Relacional da Humanidade… As proximas gerações tem uma grande missao em mãos….Seja como for que façam melhor que nós! Ecologia Relacional deveria ser uma nova abordagem do sistema educativo!

Ecologia Relacional é nunca desrespeitar…olhar sempre para os interesses comuns, não castrar, não destruir o outro, não dominar… Nunca fazer nada que coloque o outro em sofrimento… é um movimento de consciência…de auto conhecimento…e partilha!

Mais informações ou orientação : http://www.orientacaosistemica.pt

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Um comentário em “O meu filho(a) é PANSEXUAL… E AGORA?

  1. Adoro e subscrevo.
    Tal como pleno acordo sobre a inclusão na estrutura curricular do ensino escolar bem como outras lacunas para a formação integral de um jovem adulto.
    Saiem para a vida adulta profissional com alguns conceitos mas com lacunas relacionais diversas. Há omissões múltiplas na LIVRE formação dos nossos jovens.
    Fé e esperança na liberdade “castrada”, ainda JOVEM, que a sociedade portuguesa vive. Ou não…

    Curtido por 1 pessoa

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