ESPIRITUALIDADE INTEGRATIVA

Ser Espiritual num mundo em movimento… Um trabalho e tanto!

Há uns dias ao submeter uma candidatura para o “Garantir Cultura” perdi todos os textos escritos durante 6 horas de trabalho. Uma amiga a quem estava a dar apoio na apresentação do seu projecto, ficou admirada pelo facto de eu ter acabado de perder nove mil palavras de texto e não ter manifestado qualquer tipo de raiva, revolta ou indignação.

Este texto não era para começar assim, comecei a escreve-lo há vinte e quatro horas e hoje ao fim de algumas horas de volta dele, tive uma quebra de “net” e o ultimo rascunho salvo, apenas tinha seis linhas. Mais uns milhares de palavras que devem andar por aì… agora já pouco importa.

Comecei de novo, porque considero o tema importante e neste momento ainda faz mais sentido, porque foi graças ao meu percurso espiritual que hoje tenho reacções mais equlibradas e ponderadas a tudo o que me acontece.

São muitas as pessoas que me procuram, angustiadas por após alguma forte experiência espiritual, não se conseguirem manter na energia que as despertou nem conseguem perceber como encaixar esta nova percepção nas suas velhas rotinas o que as leva a alguma frustração também:

Quanto à primeira questão:

” Como é que consigo manter o estado de plenitude e bem estar, dentro de mim ? “

Uma experiência quando é muito forte, dá muita informação interna de bem estar e plenitude. Todo o nosso corpo e psique sentem uma grande alteração de “MODO”, parece que algo foi ligado. Para manter esta ligação há um trabalho individual a fazer. O acesso ao caminho foi descongestionado, mas agora é preciso andar no trilho. Neste sentido o trabalho de auto observação é muito importante. Consiste em observar se os pensamentos, acções e palavras estão em coerência. E esta é a primeira prática diaria a começar a desenvolver, para cada uma das acções que desenvolvemos. Parece pouca coisa, mas sabendo que temos mais de 99 mil pensamentos por dia, percebemos que o trabalho é árduo. Algo que nunca fomos ensinados ou formados a fazer.

A segunda questão :

“Com a vida familiar , profissional e social é impossivel manter -me neste estado espiritual, sinto que preciso abandonar tudo!”

Entendo que a ESPIRITUALIDADE INTEGRATIVA é o caminho para que a espiritualidade comece a fazer parte da vida de todos.

Não precisamos de ir para um mosteiro, nem temos de nos recolher para seguir uma vida com principios espirituais. É verdade que é muito mais dificil incluir a vida Espiritual nas nossas vidas atribuladas, que ir para um mosteiro meditar todo o dia.

Construimos uma vida com base em alguns alicerces, nem sempre muito espirituais. Os compromissos profissionais e algumas relaçoes são disfuncionais. Existem trabalhos que parecem consumir toda a nossa energia vital, não olham a meios para atingir os seus fins. Vivemos numa sociedade onde os valores espirituais de cooperação e respeito pelo outro estão no fim da linha, no princípio está a produtividade, competição e concorrencia e liderança. Por isso é normal, que quando despertamos espiritualmente despertem também os conflitos com essas nossas escolhas.

Por outro lado entendo, que há muito pouco de espiritual em abandonar tudo, para seguir um caminho diferente. Até podemos querer mudar, mas devemos faze-lo de forma responsável e em respeito a todos os que fazem parte do nosso sistema. As rupturas impulsivas, só revelam imaturidade espiritual e desrespeito ao sistema criado, o que mais tarde ou mais cedo nos trará inquietação e conflito. Obviamente existem excepções de despertares que libertam as pessoas de situações extremamente castradoras mas na maioria dos casos não é assim.E é no sentido do respeito pelo outro e por tudo o que construimos até este despertar que surje o conceito de Espiritualidade Integrativa.

Por este motivo quando as pessoas trazem um grande sofrimento associado ao despertar, e revelam os conflitos entre o antes e o depois do despertar, aconselho a que se foquem no seu desenvolvimento pessoal dentro deste novo paradigma, para depois então escolher de forma assertiva qual o melhor caminho.

Algumas das propostas que faço:

  • Observar de que forma pode integrar o novo conhecimento nos padrões antigos
  • Respeitar o tempo de cada um, o facto de os que nos são mais queridos não concordarem conosco não quer dizer que estejam errados, estão apenas numa outra fase do seu processo evolutivo.
  • Estar Atenta às suas questões dentro do velho padrão, nada nos dá o direito de criticar tudo e todos ou de acharmos que estamos a agir melhor que eles.
  • Observar de que forma Julga o facto do outros não o aceitarem, ou partilharem da sua crença.
  • Observar até onde o seu coração se sente superior.

Creio na Espiritualidade Integrativa como a unica forma consistente de trazer colectivamente para a sociedade a espiritualidade. Através desta pratica muitos vão acreditar que é possivel, ser um humanos normal e espiritual e com o tempo teremos milhares de seres que se ILUMINARAM junto da sociedade onde cresceram e foram exemplo para outros…

É um processo que dá trabalho e está acessivel a todos… talvez consigamos assim criar mais MESTRES … desta forma chegará o tempo em que todos seremos mestres uns dos outros na arte de SER MELHOR TODOS OS DIAS…

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