O Urban fechou…e porque não fechou antes ?

Para quem não sabe,  “Urban” é uma discoteca de Lisboa, frequentada maioritariamente por jovens a partir dos 14/16 anos. A questão do Bernardo foi: qual a razão porque esta discoteca, sobre a qual já existiram tantas reclamações de agressões, relatos de comportamentos obscenos nas pistas de dança, orgias nas casas de banho etc, manteve portas abertas durante tanto tempo.

O Urban não fechou antes, porque cada um que lá ia e perfaziam uns bons milhares por fim de semana,  desmentia e desvalorizava através  da sua presença, os rumores de agressões que por aí circulava. O sucesso da discoteca, provado pela presença diária de milhares de jovens,  permitia que a duvida se instalasse e que os casos de agressões fossem desvalorizados. Cada um que ficava horas nas filas de entrada, confirmava de que o URBAN era o local da moda, seguro e tranquilo para passar a noite.

Somos todos responsáveis por o que aconteceu no URBAN. O que quero dizer com isto é  que somos todos responsáveis por tudo o que “consumimos”. Pode não ser muito agradável ao ouvido, mas é o melhor principio para partir para uma educação social diferente.  Se sei que a discoteca que frequento é racista, abusa da autoridade, agride gratuitamente pessoas, então esse será um local onde nunca mais investirei um tostão. Entendo que cada vez que lá vou, estou a fazer parte daquela forma de estar, a alimentar a “besta” e a conferir poder. Agredirem um colega meu gratuitamente é o mesmo que me agredirem. Além disso como e que um estabelecimento comercial se pode dar ao luxo de bater nos clientes, parece um comportamento bipolar(?)!

O episódio URBAN, a discoteca URBAN,  pode hoje ser um grande mestre. Sobre a responsabilidade de cada na criação destes monstros e na grande capacidade que cada um de nós tem em não o fazer.  Hoje foi a lei que se impôs porque um “anjo” que não conheço, gravou a situação e a tornou publica, mas não podemos estar sempre à espera da justiça. Cada um de nós tem um enorme poder em escolher responsavelmente não pactuar com estes princípios  e a maior denuncia é não frequentar, assumir que mesmo que nada se tenha passado comigo eu não alimento estes “monstros”.  Se poucos frequentarem este tipo de locais, eles nunca alcançarão um poder que lhes permita este tipo de excessos nem vão conseguir calar tantas vozes.

Se realizarmos que somos todos responsáveis pelo que aconteceu no URBAN  saberemos que é assim com tudo o que consumimos e pouco a pouco aprendemos a mudar o rumo das nossas escolhas, não colocar a diversão ou outro impulso à frente dos princípios. Observar bem como se regem os locais e saber de imediato, que um local que pratica acções que vão contra os meus princípios,  não é um local onde queira estar.

Sobre a minha visão como adulta, mãe ,educadora e cidadã:

Um local construído por adultos onde o negócio é tirar jovens de casa até às 6h manhã, incitar o consumo de bebidas e outros, contratar miúdos como RP’s,  alimentar a inconsciência e a  inconsequência, promovendo ainda a agressão violenta e gratuita por homens feitos a jovens é no mínimo um negócio esquizofrénico com objectivo na manipulação e na “estupidificação”.

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