Parece impossível e até abstrato dizia o Tiago que colocou esta questão com sérias duvidas do seu potencial em melhorar o mundo. Quase todos nós duvidamos desta máxima; de que cada um tem em si o poder para mudar algo no mundo. É um facto de que todos nós achamos que o que fazemos, de bom ou de mau, não interfere no mundo e por isso desvalorizamos o efeito que a nossas escolhas possam produzir para o todo e vamos vivendo… distraídos.
Talvez a educação capitalista das ultimas décadas, nos tenha feito acreditar que apenas quem detém o poder social, politico e financeiro consegue mudar o mundo. Talvez esta crença tenha feito com que passemos pela vida a achar que o que fazemos e o que escolhemos dia a dia não tem nem importância, força ou expressão no quadro do mundo de que fazemos parte. Não é de todo assim, cada um que faz parte tem um papel fundamental com ou sem dinheiro, com ou sem poder.
Madre de Teresa de Calcutá , prémio Nobel da paz e missionária Albanesa, que dedicou a vida aos pobres, sobre a questão da responsabilidade de cada um em melhorar o mundo, deixou reflexões lúcidas e muito simples: ” se cada um limpar a porta de sua casa , o mundo será um local limpo” e não queiramos mudar o mundo sozinhos, “Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.”
No caso do nosso quotidiano, comecemos por pequenas acções; se sei que a agua é um bem precioso a escassear no mundo terei atenção ao meu consumo, o consumo de drogas alimenta uma rede enorme de prostituição, trabalho ilegal e destrói vidas de milhões por todo o mundo não serei mais um a patrocinar esse mercado, não quero ser co-construtor dessa realidade ? se sei que aquele lugar se rege por princípios xenófobos, não o frequentarei por muito que me divirta por lá, se sei que comer Nutela ( por muito bem que me saiba) contribui para a destruição maciça de florestas, então não a consumirei. Esta consciência social é algo que se pratica, a atenção aos actos, palavras e pensamentos é algo que precisamos aprender a fazer, contrariando as tentações do momento, os impulsos e prazeres imediatos e assim assumir o compromisso de ir melhorando dia a dia. Mas esta observação dever ser praticada sem culpa e sem medo de falhar. É a consciência de que não fizemos bem, que nos permite melhorar e estamos sempre a tempo de assumir as rédeas do mundo em que queremos viver.
Ser responsável por os nosso actos é apenas estar atento, para que aquilo que penso, o que digo e como actuo estejam em perfeita harmonia e contribua para o bem estar de todos. A maior alegria que podemos sentir é quando conseguimos transformar o momento de alguém para melhor e assim melhoramos o nosso e o mundo do outro.