Menti à minha namorada, sinto me mal!

O Tiago saiu uma destas noites com uns amigos que lhe apresentaram umas amigas e a meio da noite começou a dançar com uma das amigas e acabou por se envolver com ela. No dia seguinte tentou arranjar todas as justificações para o que fez:  ou que a namorada não dança como a outra, ou não é tão descontraída, ou que a relação está desinteressante ou, ou… tentou tudo para se des-responsabilizar pela sua escolha mas na verdade o Tiago sente-se verdadeiramente  mal com o que fez e não sabe como reagir, se é sincero tem medo que a namorada acabe com ele, gosta verdadeiramente dela,  se esconde teme que ela descubra e não se sente nada bem com isso.  O que fazer ?

Uma das grandes motivações das traições relaciona-se com a euforia dos “desejos”. Vivemos numa sociedade de desejos, numa educação de desejos e achamos que temos direito a fazer cumprir todos os nossos desejos, mesmo que isso prejudique outros.  A lenda do Rei Midas ilustra bem esta nossa faceta de nunca analisarmos bem o que desejamos: Ao Rei Midas foi concedido por Baco a realização de um desejo. Midas desejou que lhe fosse concedido o dom de transformar em ouro tudo aquilo em que tocasse. Baco concedeu-lho. E de regresso ao seu palácio, Midas experimentou transformar em ouro, flores, pedras e troncos e estava fascinado com o seu novo poder. Chegou e ordenou que lhe fosse preparado um banquete. Ao beber vinho, este transformou-se em ouro liquido, ao tocar na carne, o alimento logo se transformou num bloco de ouro e Midas percebeu desesperado que perdera o direito a alimentar-se. Ao ver o pânico do pai  filha correu para ele e ao tocar-lhe a princesa transformou-se numa bela estatua de ouro. Midas desesperou e de imediato percebeu que o seu desejo desmedido e inconsciente por riqueza, fe-lo perder o seu bem mais precioso. 

Ter cuidado com o que desejamos, significa olhar em volta e perceber os ganhos e benefícios daquilo que desejamos. O prazer imediato, os impulsos do corpo e da mente viciada em desejos são poderosos mas nunca mais fortes que a nossa consciência e responsabilidade. É bom ter desejos, é bom cumprir desejos, desde que  estes não se virem contra nós.

Esta postura quanto aos nossos desejos podemos aplicar a todas as tentações e a todas as propostas que sabemos à partida que tem um lado pouco saudável, o consumo excessivo de álcool, de drogas e tabaco são também impulsos de desejo, que todos sabemos que não serão nunca a favor da nossa saúde física nem mental . Na duvida há que não alimentar um desejo que sabemos que nos vai trazer problemas mais à frente. E nunca esquecer que somos os únicos responsáveis pelas nossas escolhas.

Quanto ao que fazer por ter medo de perder; correndo todos os riscos e assumindo todas as responsabilidades e consequências, a verdade é sempre o melhor caminho para ti e para o outro.  Para já esta é uma excelente aprendizagem, que te levará a fazer bem melhor numa próxima situação. Se vais ter um voto de confiança ou não, já não está nas tuas mãos,  ao cumprir um desejo deixas-te essa decisão na mão do outro.

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