Não gosto que me chamem a atenção!

O Tiago traz um assunto que diz respeito a todos nós; Jovens, crianças e adultos “Não gosto que me chamem a atenção”. Todos temos alguma dificuldade em lidar com chamadas de atenção. Propus ao Tiago e agora sugiro  que cada um tente observar qual a primeira reacção que tem quando é chamado a atenção: se fica enraivecido, se fica envergonhado, se se sente inferiorizado, revoltado  ou ridicularizado ou apenas mal consigo próprio por não ter conseguido evitar aquela chamada de atenção.

E porque é que isto acontece ?

Cada um de nós terá os seus motivos, uns mais profundos que outros, mas, numa perspectiva geral e mais social talvez isso aconteça porque temos sido criados e educados com a a ideia de que errar é mau, falhar é mau, não fazer aquilo que outros esperam é mau e isso está tão enraizado em nós que quando fazemos algo menos certo e somos chamados à atenção, nos sentimos “derrotados” e reagimos impulsivamente em defesa ou em ataque. Mas não tem de ser assim:

 Imaginando que fiz algo errado e sou chamado à atenção, primeiro respiro fundo e antes de reagir,  contenho as emoções e questiono:

-Fiz mesmo algo fora do contexto ? por distração ou descuido ? a outra pessoa pode ter mesmo razão …é um facto … peço desculpa e aprendo.

-Fiz algo de errado porque não entendi que tinha ser de outra forma , assim  peço desculpa e explico que a minha intenção era outra e aprendo .

-Fiz algo de errado porque estou chateado enervado e quis provocar e então aceito a chamada de atenção, assumindo as consequências do meu acto emocional  e aprendo.

Existem outras questões que pode ser colocadas, mas todas podem terminar com a mesma frase ” …e aprendo!”.  Quando percebemos que tudo aquilo que não fizemos bem pode ser usado como ferramenta de aprendizagem,  estamos preparados para aceitar as nossas falhas e erros com uma maior leveza e consequentemente, as chamadas de atenção ganham um outro papel nas nossas vidas. Passam a servir como alertas para aprender a fazer de outra forma.

Conscientes de que estamos diariamente a aprender e não sabemos tudo, podemos deixar de lado o orgulho e a crença de  que temos de fazer tudo certo. Esta consciência de que temos o direito a errar torna possível agradecer as chamadas de atenção, como forma de despertar a nossa consciência para as escolhas menos certas  e dessa forma melhorar o nosso desempenho.

Diz-se que os maiores críticos de nós, somos nós próprios e aceitar que podemos não fazer bem e  aceitar que não sabemos fazer tudo bem é um principio de humildade que nos ajuda a observar os nossos actos e melhorar  e também a identificar conscientemente quando aqueles que nos chamam a atenção tem razão para o fazer ou se também eles não estão a avaliar bem.

Esta aceitação de que estamos num constante crescimento e aprendizagem é uma grande abertura para uma sabedoria maior que nos leva a aceitar de forma tranquila e com  gratidão uma chamada de atenção que outrora nos incomodava.

Um abraço ao Tiago e muito grata por esta questão.

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