O Diogo diz andar a sentir coisas que não gosta! Uma revolta contra os pais está a invadi-lo, ele quer estar bem com eles mas eles irritam-no… sente-se mal com isso mas não consegue evitar!
Diz-se no campo das emoções que não existem sentimentos certos ou errados e pior que sentir coisas menos boas é tentar enganar o coração! O Coração não pode ser enganado, quando sentimos é importante assumir … Quando é algo de que não nos orgulhamos é preciso alguma coragem! Por outro lado olhar para as coisas menos belas que sentimos, é libertador , ficamos mais leves ao aceitar que nem sempre somos perfeitos e ao mesmo tempo permite-nos investigar sobre o “lugar” onde foram criados esses sentimentos.
Perguntei ao Diogo:
-Como é a relação dos teus pais com os pais deles, ou melhor, com os teus avós ?
-A minha mãe não tem paciência para a minha avó ! Diz que ela é uma chata e que não percebe nada do que lhe diz ! e o meu pai diz que gosta muito dos pais mas está sempre a adiar as visitas a casa deles e sempre que lá vamos, está sempre com pressa de vir embora!
-o que achas dessa relação ?
– Acho que eles se irritam uns aos outros sempre que estão juntos é como se gostassem muito uns dos outros mas não conseguem conviver sem se acusarem mutuamente!… – fez uma pausa longa e continuou- A Tia acha que isso se pega ?
Esta questão “metafórica” do Diogo é de uma enorme pertinência , podemos admitir que sim :
O Exemplo é contagioso…
o amor é contagioso…
a compreensão é contagiosa…
Admiração gera admiração
Paciência gera paciência
Gentileza gera gentileza!
Se, o que é essencial é simples… então ser exemplo de aceitação de amor e compreensão para com os que nos deram a vida, deverá ser essencial para criar elos e transmitir valores de aceitação de geração e geração !
Não é resignação mas sim a aceitação.
No dia em que as novas gerações sentirem nos seus corações com enorme compaixão e aceitação que cada dos seus ancestrais, no seu tempo, com base no seu conhecimento e na sua vivência fez sempre o Melhor que soube fazer ,deixamos de ter resistência ao amor transgeracional e seremos apenas GRATOS.
Nós, no nosso tempo, faremos exactamente o mesmo : O MELHOR QUE CONSEGUIRMOS e… SÒ ISSO!