Primeiro Amor O que levo para o próximo!

“A verdade é a base para uma vida Saudável e para qualquer relacionamento bem-sucedido, foi essa a minha experiência desde que me apaixonei pela primeira vez aos dezassete anos, foi uma experiência maravilhosa com um rapaz parisiense, um ano mais velho que eu, veio a Portugal numa excursão de finalistas e ficaram acampados no mesmo parque de campismo onde eu passava as férias de verão com os meus pais e irmãs. Foi o meu primeiro amor, por acaso foi no verão. 

A excursão permaneceu uma semana no parque de campismo e eu e o Paul não conseguíamos ficar longe um do outro, nunca me tinha preocupado muito com a minha imagem, mas naqueles dias queria estar o melhor possível para estar ao lado dele, era tão bom estar apaixonada. Paul regressou a Paris terminada a semana de ferias. Em 1987 não existiam telemóveis e o tempo tinha um valor diferente do que tem hoje, não falar com o namorado uma ou duas semanas era normal, alem disso existiam as cartas e a sensação de receber uma carta na recepção do Parque de Campismo, era maravilhosa. Uma memória que guardo com prazer. Só um mês após a sua partida é que tive notícias, ligou para a recepção do parque de campismo e pediu que me chamassem, o estafeta de serviço levava as notícias aos acampantes em tempo record: 

Estafeta- menina Ana Teresa tem uma chamada de Paris. – disse – ele está à espera na primeira cabine! – 

Fui a correr e assim que cheguei à cabine e coloquei o auscultador no ouvido ouvi de imediato: 

Paul- Ana Teresa Je t’aime! – ao ouvir a voz do Paul, o meu coração parou, as palavras não me saiam e ele continuou- temos de falar, não consigo deixar de pensar em ti, já passou um mês e eu não pensei que tivesse ficado apaixonado por ti- continuou- preciso que saibas que na viagem de regresso curti com a Véronique, mas percebi logo que estava tudo errado, o meu  coração estava contigo! 

Este relato foi muito importante para mim, não gostei de saber da história do flirt mas gostei muito que ele me o tivesse contado e hoje sei que essa honestidade me deu força para continuar, senti pela primeira vez que ser traída era um dos riscos de ter namorado, mas estava disposta a corre-lo ao lado de Paul.

Percebi que aquela rapariga tinha servido o propósito de nos aproximar e que poderia confiar nele e assim comecei o meu primeiro namoro à distância. No ano seguinte Paul veio algumas vezes a Portugal e era sempre bom estar com ele. Passado um ano e meio, senti atracção por outro rapaz e pela primeira vez o desconforto da dúvida e de magoar Paul, ainda que sem intenção. O que estava a sentir por outro rapaz era mais forte e antes que acontecesse algo escrevi-lhe e pedi que a relação ficasse por ali. Não sabia se iria ter algo com o outro rapaz, mas queria fazer a minha escolha livre de qualquer compromisso. Ser protagonista do sofrimento de alguém foi algo novo para mim, mas o mais importante é que não queria trai-lo. Acima de tudo queria manter com ele uma relação de amizade, confiança e respeito. 

Sobre as histórias de amor cedo aprendi que o amor vai e vem, que estamos sempre expostos às dúvidas a novas experiências e à impermanência dos relacionamentos e que o importante é que a verdade e o respeito seja sempre presente.

Apresentadora- Foi difícil resistir à tentação de uma nova atracção? 

Ana- Foi mais difícil dizer ao Paul que ficávamos por ali e correr para os braços de outro rapaz. Foi uma meia felicidade acho que não é bom para ninguém. Talvez por isso essa paixoneta não deu em nada. Acredito que a forma como vivemos a primeira história de amor e traição, irá marcar lugar em todas as outras. “

Excerto do Livro “Traição e Amor- Transformar Triangulos em Circulos”. https://read.amazon.com/kp/embed?asin=B08NZWSSCM&preview=newtab&linkCode=kpe&ref_=cm_sw_r_kb_dp_8MNAK49Y4JGZ1092J6B0

A minha proposta após esta passagem é que faça um relato sobre a primeira história de Amor que o marcou. Que escreva a contar a alguem ou que faça uma ultima carta a esse amor, que já não o sendo, nunca deixará de ter um lugar na sua história.

O importante desta carta ou este relato, é que revelará muito sobre si, a forma como ama, como desacreditou se for esse o caso e algumas das crenças que adoptou para a sua vida, como mecanismo de defesa. Crenças que muitas vezes não lhe permitem viver plenamente uma relação. E é importante saber que, se nós carregamos na mochila armas de defesa para o nosso futuro companheiro, também ele/ela também traz as suas e em vez de um lugar de amor, conquistamos um campo de batalha.

E as perguntas são :

Tenho o direito de passar ao proximo os meus traumas ?

De que forma condicionou os futuros relacionamentos com as cargas do passado ?

Um Amor condicionado manchado com as marcas do amor passado, é amor ?

O primeiro Amor é o menos condicionado de todos ! Porque as referencias são curtas e a mochila ainda está vazia!

Continuemos em busca de nós e acima de tudo do AMOR em nós! Para o podermos dar ao OUTRO … Qualquer trabalho que façamos em Nós , servirá o MUNDO.

e

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