O ensino à distância apanhou-nos a todos desprevenidos. Assim como o teletrabalho…
Alguns jovens chegam a mim frustrados por no final deste periodo, não verem os seus esforços recompensados e compreendidos. Sentem que por muito que trabalhem os professores estão cheios de medo de dar notas ou de sobrevalorizar os alunos.
A Maria está zangada, ansiosa e a ficar desmotivada, tem 17 anos e está no 11º ano. Como muitos de nós está a acusar o cansaço de trabalhar e não ver os resultados a que estava habituada desde que se lembra de ser estudante:
“Começo a ficar ansiosa sempre que passa o fim de semana, não quero não me apetece assistir às aulas, estou cansada. Não paro de fazer trabalhos a minha vida além de ser passada dentro do meu quarto, é só a fazer trabalhos. Os professsores dizem que tem de nos dar tarefas para justificar as avaliações … mas é tudo “Fake” no final do periodo ficaram cheios de medo de dar as notas que mereciamos e que prometeram … nunca trabalhei tanto para tão poucos resultados e ainda por cima estes são os resultados que vou levar para chegar à faculdade , a minha media para veterinária já foi… ”
Na verdade estamos todos num barco dificil de manobrar. Muitas empresas desdobram-se para conseguir resultados, muitas estão a ir à falência, muitas pessoas a entrar em depressão. Mas com os nossos jovens, isto não deveria estar a acontecer….
Qualquer professor percebe quando um aluno não se esforça e coloca no ensino à distancia a responsabilidade da sua preguiça. Os professores não perderam a sua intuição e experiência no relacionamento com jovens. Por outro lado é pena que não tenham ganho novas percepçoes face a esta nova realidade,
No entanto eu tenho de concordar com a Maria, alguns professores, estão com muito medo de avaliar à distancia e a frustrar o esforço destes jovens.
Na realidade, o metodo de avaliação deveria ser outro, deveriam estar também a ser avaliados pelo grande desafio que estão a viver e a grande adaptação que lhes está a ser exigida.
Infelizmente a escola está a manter parâmetros totalmente ultrapassados de avaliação perante o momento presente… a PANDEMIA deveria ter demonstrado claramente outros campos de avaliação: esforço, adaptação, resiliência, inteligência emocional.
Contrariamente estão a frustrar-los, a deixa-los ansiosos porque mais uma vez estão apenas a avaliar o que está parametrizado… Uma PAUTA com Critérios desenhados para tempos que já não existem… Para uma realidade expirada …
Novos CRITERIOS e PARAMETROS de avaliação precisam -se … URGENTEMENTE ...
É preciso contabilizar a competências adquiridas durante a pandemia
É preciso valorizar os esforços, a capacidade de adaptação, a a resiliência
É preciso valorizar as competencias de inteligencia emocional.
Estas competências que demonstram não se medem em numeros, mas em qualidade GERACIONAL.
É uma oportunidade de crescimento, amadurecimento e evolução que se irão refletir no resto das suas vidas e por isso não PODEM SER IGNORADOS pelo sistema que os avalia, sob risco de se perderem…
Avaliemos a sua grande capacidade de adaptação à nova realidade… Os seus metodos de sobrevivência… A sua forma de VIVER este presente que está a prende-los quando a sua natureza é a liberdade
Criemos Jovens capazes de superar desafios e não jovens ansiosos e frustrados… Fica a sugestão
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